sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A Ilha do conhecimento

"A imaginação é mais importante que a ciência,
 porque a ciência é limitada, ao passo que a
 imaginação abrange o mundo inteiro".
                                               (Albert Einstein)

Um dos brasileiros a se destacar no mundo da física e filosofia se chama Marcelo Gleiser. Além disso, ele é um grande divulgador da ciência em língua portuguesa. Em seu recente livro - 'A Ilha do Conhecimento', ele descreve com maestria 'os limites da ciência e a busca por sentido'.

No penúltimo capítulo desse livro, ele aborda questões referente a 'máquinas transumanas' e o 'mundo como informação'. E aqui segue mais um post sobre esse assunto tão polêmico.




Marcelo Gleiser é um estudioso da física quântica. Nesse livro, ele descreve em pormenores vários questionamentos que a física quântica apresenta e que intrigam o conceito de 'realidade'. Conceitos como 'emaranhado quântico', 'ação fantasmagórica quântica' e etc são visualizados de forma bem lúcida através de analogias e exemplos fáceis de entender. Realmente, Marcelo Gleiser sabe ensinar muito bem ciência.

Mas gostaria de abordar o penúltimo capítulo do livro, onde ele descreve as limitações quanto a criação de uma mente de silício ou uma inteligência artificial realmente forte(simulando a mente humana).

Marcelo Gleiser questiona fortemente a possibilidade de se criar uma inteligência artificial forte, citando vários cientistas de renome, tais como 'Noam Chomsky' e outros. As críticas tem fundamento, pois, conforme sabemos, o ramo de inteligência artificial forte ainda não se encontra num estágio avançado e próximo de simular com perfeição a inteligência humana. 

No entanto, os defensores da singularidade acreditam que esse avanço é iminente e que tais limitações serão em breve superadas. Mas, olhando sob a ótica do histórico de predições mal feitas pelos criadores de campos da IA, tais como Marvin Minsky e outros, os argumentos de Marcelo Gleiser ganham muito peso.

Ele enfatiza ainda que não sabemos o que é a consciência. E já que não sabemos o que é, como poderíamos criar uma inteligência artificial com consciência?

Realmente, ele está certo em afirmar que os desafios para se criar uma inteligência artificial forte são enormes, porém o livro passa uma mensagem positiva sobre os avanços da ciência mesmo em campos onde a limitação é evidente. E que tais perguntas e questionamentos devem incentivar os pesquisadores a usarem a criatividade(e imaginação) para solucionar problemas complexos.

O fato de a humanidade, atualmente, não saber claramente o que é consciência não impede que avanços em inteligência artificial aconteçam. Não sabemos se animais, em especial insetos, são seres conscientes. No entanto sabemos que eles apresentam alguma inteligência, inclusive inteligência coletiva, que por sinal já está sendo desenvolvida em computador.

Então, a inteligência de máquina pode vir a ser completamente diferente da humana e expressar algum tipo de consciência que nem sequer imaginamos. Mas o livro de Marcelo Gleiser vale como um aviso para todos aqueles que desejam ou fazem ciência séria: Há sempre um limite de onde podemos chegar!

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