Asimov e a Inteligência Artificial

"A violência é o último refúgio do incompetente."
                                                       (Isaac Asimov)

Acredito que todo leitor e amante de ficção científica já deve ter lido algum livro ou conto de Isaac Asimov. Considerado por muitos como um dos maiores gênios do século passado, Isaac Asimov criou todo um ramo de ficção científica que influenciou gerações de escritores.

E a Inteligência Artificial foi um dos temas mais bem explorado em suas obras.

Isaac Asimov não foi apenas um grande escritor de estórias de ficção científica. Mas também autor de diversas obras de divulgação científica.

Meu primeiro contato com Isaac Asimov deve-se a uma enciclopédia em três volumes intitulada "Gênios da Humanidade", que continha um breve resumo da vida e obra de diversos inventores, descobridores, matemáticos, cientistas e etc. Um verdadeiro clássico, onde tomei contato pela primeira vez com nomes como Robert Openheimmer, Otto Hahn, e mais outras centenas de figuras proeminentes da ciência. Eu era uma criança ávida por conhecimento e mesmo sem saber o que significava cada feito daqueles 'personagens', eu os admirava com vigor. 

Hoje, com a Wikipedia, fica mais fácil obter acesso a esse tipo de material e eu realmente recomendo aos pais lerem com seus filhos biografias de cientistas e inventores.

Isaac Asimov escreveu clássicos da literatura de ficção científica, como a série "A Fundação" que tem muitos paralelos com o terrorismo moderno(isso mesmo, os caras que criaram a tal Al Qaeda(Fundação/Base em árabe) leram muito bem Isaac Asimov) e outros mais como 'O Fim da Eternidade', 'O Homem Bicentenário', 'O Cair da Noite', além de centenas de contos fantásticos.

Ele também escreveu diversos livros sobre robôs, dentre eles eu destaco um que achei fantástico - Os Robôs do Amanhecer.

Nesse livro, ocorre um roboticídio e o final é algo totalmente surreal, um robô consegue executar telepatia.  O livro destaca ainda o amor entre uma mulher e um robô e levanta questionamento intrigantes sobre moral e sexualidade.

Asimov é o criador das famosas três leis da robótica que ainda hoje são discutidas no âmbito da ética de Inteligência Artificial, são elas:

1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por falta de ação, permitir que um ser humano sofra algum mal;

2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.

3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

Programar tais leis num robô ou inteligência artificial pode até ser fácil, mas difícil é mantê-las num ambiente de aprendizado de máquina e sistemas evolutivos. Programas de computador podem ser alterados, burlados, infectados, enfim modificados. E o que uma inteligência artificial forte pode vir a fazer, ninguém sabe.

Vários pesquisadores temem que humanos maldosos venham a criar inteligências artificiais más. De fato, o universo que Asimov descreveu para os robôs se torna interessante à medida que uma inteligência tende a emergir. E questões como telepatia, se realmente produzidas pela mente, poderiam ser exploradas por robôs? Pode um robô matar outro robô? Podem mulheres virem a preferir robôs do que homens?

- Essas são perguntas intrigantes que o universo de estórias de Asimov levanta de forma magistral.

Vale a pena ler os livros que citei, mas ainda existem muitos outros livros de Isaac Asimov bem elogiados pela crítica e bem recomendados.

Finalizo com outra frase famosa de Asimov:

"Se o conhecimento pode criar problemas, não será através da ignorância que os resolveremos."