segunda-feira, 6 de junho de 2016

Sobre estupro coletivo

"A falta do saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação".
                                                                                                (Diôgo Pantoja)


Muita discussão tem ocorrido por conta do estupro coletivo de uma jovem no Rio de Janeiro, inclusive com fortes campanhas em redes sociais e mídia tradicional.

Vou dar meus dois cents a essa discussão procurando enxergar por outros ângulos.




Antes de mais nada, vale ressaltar que a garota realmente foi estuprada e os criminosos devem ser culpados pelo crime. Mas toda a história vinculada pela mídia e redes sociais está longe de ser verdade. Provavelmente, a garota estava numa boca de fumo e consumiu drogas em troca de sexo!

Alguns vão dizer que o fato dela ser prostituta não dá o direito a alguém cometer estupro com ela e eu concordo plenamente. Mas a verdade deve ser dita e não tentar desmascarar fatos tentando dar uma imagem puritana a garota em questão. Devemos falar a verdade.

Trazendo para o Hacking,  não acredite inicialmente nas informações postadas, elas tendem a ser distorcidas. É quase certo que não foram 30 homens a participar no estupro e alguns podem ter suas vidas destruídas caso sejam inocentes. 

Isso me lembrou o caso da maior liderança indígena já surgida no Brasil - o cacique Paiakã, que foi massacrado pela mídia brasileira(capa da revista veja como 'O Selvagem'), perseguido pela polícia , justiça e etc no Brasil como tendo participado de um estupro de uma jovem. Só que a história não era bem essa.. Um documentarista da BBC estava fazendo um documentário sobre Paiakã para a BBC de Londres e estava com ele, filmando, justamente no dia em que foi dito que ele tinha estuprado a garota. O jornalista da BBC serviu de testemunha da inocência do cacique, mas até hoje nem a mídia e nem a justiça brasileira fizeram algum tipo de reparação.

Procurei, mas ainda não achei o documentário. Mas deixo abaixo a capa da revista veja que literalmente acabou com a liderança indígena.




Então, não acreditem na primeira versão e muito menos se a mídia tradicional abraçar essa versão. Pois ela pode e deve ser matéria manipulada com algum objetivo escuso.

Mas ainda sobre o estupro, houve mais dois agravantes. Um foi a publicação do vídeo e outro foi que muitos viram o crime acontecer e não fizeram nada(foram cúmplices).

Cumplicidade no crime é comum. Mas um filme fantástico e bem atual que descreve esse problema se chama 'Acusados' com Jodie Foster.



Nele, uma advogada leva a juri, as pessoas que incentivaram o estupro e não apenas as que cometeram. 

Vale lembrar que uma forma de incentivar é divulgar o vídeo da garota sendo estuprada, então novamente tem de se ter cautela. Alguém que repassa o vídeo pelas redes sociais deve ser considerado tão culpado quanto quem fez e subiu o vídeo?

Então, a denúncia ocorreu por conta do vídeo e também para mudar o foco da mídia sobre os problemas de corrupção no Brasil. Atualmente, o presidente do senado Renan Calheiros está sendo alvo de sérias denúncias e sendo muito visado na internet, e essa história do estupro coletivo cai como uma luva para desviar o foco das notícias.

Evite ser ingênuo!!

Em todas as discussões sobre cultura do estupro, não se permite debater assuntos como o fato de vivermos numa selva e o aumento da devassidão. Mas vamos lá.

Primeiro, é um fato que vivemos numa selva onde há estupradores. Esses estupradores vão escolher suas vítimas, assim como um leão escolhe suas vítimas entre gnus, por exemplo. A questão é quais são as vítimas em potencial?

Entre os gnus, são aqueles menos espertos, menos cautelosos, mais exibicionistas. São os mais jovens que tendem a desconsiderar a ameaça ou existência de leão ferozes, ou os que se encontram em zonas de risco, de perigo longe a proteção do bando principal. 

Já na questão do estupro, as vítimas mais propensas são as que se vestem de modo insinuante(sim, isso é fato!Se exibem!), são as que se expõem ao perigo(sim, é fato!), são as que são mais ingênuas
(confiam em ficar em situação de risco com alguém do sexo oposto). 

Lógico que há exceções, mas se você quer dar um bom conselho pra sua filha ou irmã evitar um estupro, seja franco e diga pra ela evitar situações como as descritas acima! Se disserem que você é machista, diga que pelo bem da sua família, esses conselhos devem ser dados, independente se você será ou não visto como machista na sociedade.

Não há justificativas para o crime de estupro, mas devemos reconhecer que vivemos uma selva e tomar medidas sábias para evitar nos tornarmos vítimas. Não estou transferindo a culpa, mas sendo realista pois vivo num mundo cheio de maldades.

Quanto ao aumento da devassidão. Não vemos nenhuma discussão sobre erotização precoce, músicas que denigrem as mulheres, em especial funk, e também o mercado de devassidão.

O André Liohn colocou bem a questão de uma marca de cerveja promover a devassidão de mulheres como um atributo do país ao ponto de patrocinar um baile funk onde as mulheres eram tratadas como objetos sexuais. Vide jornal 'El Pais' - 'Retratos da morte num país sem guerra':

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/07/cultura/1444224914_711273.html

Então, não seja ingênuo ao ponto de acreditar em tudo que a mídia diz. Vivemos numa selva e devemos nos comportar com sabedoria e evitar maiores problemas. Toda essa discussão e campanhas sobre a cultura do estupro não tem atacado o cerne da questão, mas apenas serve para artistas e jornalistas se promoverem.

Pensar como um hacker envolve ter discernimento e tentar enxergar o que está por trás dos fatos!

Finalizo reafirmando que vivemos numa selva! Não deixe que seus filhos, parentes e amigos sejam vítimas fáceis das feras que andam soltas à procura de vítimas fáceis! Isso se aplica tanto na vida real como virtual!

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