Salvador Dali e Neurocomic num só fôlego

"Não se preocupe com a perfeição - você nunca irá consegui-la."
                                                                             (Salvador Dalí)

Excêntrico e genial pintor, Salvador Dalí cativa através de sua obra. Mas ele escreveu um livro falando sobre arte moderna que se tornou um verdadeiro clássico. E se seu cérebro fosse dissecado como foi o de Einstein, com certeza poderia ser um addendum pra excelente obra sobre o cérebro - 'Neurocomic'.

Neurocomic é uma História em Quadrinhos escrita por Hana Ros e Mattheo Farinella que faz uma excelente descrição sobre o cérebro e seus processos cognitivos. Trata-se de, literalmente, uma viagem atrás do cérebro em suas composições morfológicas, farmacológicas e eletro-fisiológicas. 

Aborda muito bem a questão dos neurônios, sinapses, dendritos e etc. Descreve a questão da plasticidade e memória, tudo de forma bem simples e direta. E ainda cita vários pesquisadores que descobriram todos esses aspectos do funcionamento do cérebro. 

Uma leitura básica de um tema complexo que pode ser feita rapidamente num só fôlego. Muito bom pra quem deseja ir fundo nos estudos de redes neurais artificiais.

A genialidade de Salvador Dalí com certeza serve de exemplo para demonstrar o poder do cérebro humano. Um de seus quadros que mais admiro tem a ver com o tempo e é conhecido como a persistência da memória.

Em seu livro "Libelo contra a arte moderna", Dalí atira sua metralhadora contra diversos artistas e fala um pouco sobre o processo criativo e como atingir formas que não são nada belas. Ele ataca diretamente outro gênio da pintura, Pablo Picasso, dizendo e, na minha opinião com razão, que as obras de Picasso são feias.

Trata-se de um livro pequeno com um foco bem definido. Serve para ver o quão direto, Salvador Dalí era em se expressar.

Não sou um exímio conhecedor de pinturas, mas admiro profundamente as obras de Dalí desde quando tomei contato com elas. A Internet possibilita termos acesso a obras de grandes artistas que de outro modo sairia muito caro. Ver pelo computador não é o mesmo que ver pessoalmente, no entanto, no caso de gênios como Dalí e Picasso, apenas visualizar suas obras pelo computador já é um grande privilégio.