mas para dizer a nós mesmos o que pensamos. O discurso
faz parte do pensamento."
(Oliver Sacks)
Há quem diga que não há limites para a maldade. Estudar o nazismo e a segunda guerra mundial serve para enxergarmos até onde a maldade humana pode ir. Alguns consideram que o que ocorreu durante o nazismo na Alemanha foi uma loucura total. E sobre loucura e suas várias facetas, Oliver Sacks tem muito a nos informar.
Em "Maus - A história de um sobrevivente", Art Spiegelman nos descreve os horrores de passar por um campo de concentração sob a ótica de seu pai, que foi um sobrevivente. A genialidade dessa obra conferiu a Spiegelman um Prêmio Pulitzer e de fato a obra é fantástica. Ele descreve os judeus como sendo ratos, os alemães como sendo gatos e os poloneses como porcos. A arte gráfica é bem rústica e a história segue a narrativa do pai e as interações do autor com o pai e esposa.
Ler sobre o nazismo deve sempre nos levar a uma reflexão de até onde os governos humanos podem chegar em cometer atrocidades às custas de uma causa, seja ela qual for. Esquerda, direita, ultra-direita e qualquer inclinação política pode se tornar autoritarismo se pessoas gananciosas e maldosas tomam a frente de pessoas sem reflexão. O que aconteceu na Alemanha pode vir a acontecer em qualquer lugar do mundo, ai reside a necessidade de ler e tentar compreender obras como essa HQ.
Eu estou estudando um material sobre Hannah Arendt e em breve devo tecer mais algumas linhas sobre a temática nazismo. Mas o fato é que deve-se enxergar a condição humana e sua maldade sob um ângulo acima de inclinações políticas.
Alguns insistem em dizer que o nazismo foi um sistema de loucos. Tenho cá minhas dúvidas. Mas para compreender bem alguns problemas de ordem mental, ao longo dos anos tenho lido vários livros que falam a respeito. E eu não poderia deixar de indicar os do Oliver Sacks, que infelizmente morreu ano passado. E um deles que acho excepcional segue descrito abaixo.
Em seu livro - "A Mente Assombrada", Oliver Sacks traz uma série de casos bem conhecidos de problemas envolvendo alucinações visuais, auditivas e olfativas que me deixou perplexo. Fala ainda sobre paralisia do sono, membros fantasmas e por ai vai.
Algo interessante de se ler e compreender é como a ignorância está presente no que envolve problemas mentais. Alucinações não raro eram vistas como influências demoníacas, escutar vozes como sendo problema de esquizofrenia e o que o livro deixa bem claro é que em diversos casos, tudo não passa de alguns problemas normais em cérebros normais. Há uma parte que ele descreve os problemas de alucinações geradas por enxaquecas que ele mesmo sofreu e que não passa de um problema simples e inofensivo, mas que poderia ser explorado por alguém mal-intencionado.
Conhecer um pouco dessas doenças serve para evitar esse tipo de exploração e no mundo corrido e cheio de pressão em que vivemos pode ser que esse conhecimento seja útil pra ajudar um amigo ou parente que venha a passar por algum problema desse tipo.
Esses dois livros são excelentes e recomendo fortemente a leitura.
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