terça-feira, 8 de setembro de 2015

Phlip K. Dick, Sincronicidade e visões do futuro

"A realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não desaparece."
                                                                                           (Philip K. Dick)


Considerado um dos maiores escritores de ficção científica, Philip K. Dick deixou um legado com uma série de livros que discute o que é a realidade e como um ser humano pode percebê-la. Um dos seus livros - Androides sonham com ovelhas elétricas? - serviu como base para o excelente filme Blade Runner.

Podemos nos questionar então:  Se androides sonham com ovelhas elétricas, poderia uma inteligência artificial passar por uma experiência de sincronicidade?




O livro de Anthony Peake - A vida de Philip K. Dick - O homem que Lembrava o Futuro - aborda a vida de Philip K. Dick em muitos pormenores e descreve as famosas experiências sobrenaturais que PKD teve no ano de 1974.

Anthony Peake acredita que PKD era um visionário capaz de literalmente 'enxergar' o futuro e que as suas obras refletiam precognições feitas por PKD.

Vale a pena ler os livros de PKD, dentre eles, o que vamos abordar rapidamente nesse post que é o livro que inspirou o filme Blade Runner de Ridley Scott(esse filme merece um outro post num futuro), que se chama 'Do Androids Dream of Electric Sheep?' e aborda várias questões sobre a realidade, sobre humanidade, crenças e religiosidade.

É impossível não se admirar com os questionamentos que PKD nos leva a fazer ao descrever o 'mercerismo'. Uma resenha pode ser vista no link abaixo:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/04/1445765-critica-se-blade-runner-e-bom-livro-que-o-inspirou-e-fundamental.shtml

PKD era mestre em questionar se a realidade que vivenciamos está sendo ou não manipulada por um ser superior? Ou mesmo, como sabemos que as nossas crenças não passam de uma jogada de marketing de uma pessoa inteligente?

O livro de Anthony Peake nos apresenta 3 conjecturas sobre as experiências sobrenaturais de PKD de 1974 e tenda embasar essas abordagens com rica informação.

Enquanto lia esse livro sobre Philip K. Dick, aproveitei para ler um livro de Carl Jung que estava na pilha de livros que me programei para de ler ainda esse ano. Trata-se do livro Sincronicidade.





Sincronicidade é um conceito definido por Jung que descreve acontecimentos simultâneos mas sem causa aparente ou mais precisamente acausais. A Wikipedia cita um exemplo que também pode ser visto no livro de Jung:

"Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do "Peixe em Abril" (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho ideia de como o peixe foi parar ali."

Poderia se pensar como sincronicidade sendo uma espécie de coincidência fora do normal acontecendo repetidamente como uma forma de precognição.

Esse tema foi extensamente abordado no filme 'Matrix', em especial quando o protagonista Neo sai da visita do 'Oráculo'.

Esses fenômenos, considerados por muitos como paranormais, são fenômenos da psique humana e talvez nada tenha de paranormal. Ainda há muito a ser descoberto sobre a mente humana e seus mistérios, mas o questionamento que se segue é se máquinas evoluídas e inteligentes poderiam ser 'vítimas' de sincronicidade.

Acho que nesse caso, talvez seja mais fácil para máquinas vivenciarem essa experiência de sincronicidade e precognição do que nós humanos, por conta do fator determinístico que elas possuem. A realidade das máquinas poderia vir ser tão aleatória e caótica quanto a dos humanos, mas as máquinas inteligentes terão a tendência de serem mais parecidas entre si do que os humanos são entre eles.

Então, estudar sincronicidade e tentar compreender como Philp K. Dick 'vivenciou' o futuro pode ser um segredo para nos proteger numa eventual singularidade.

Duas leituras para aqueles que possuem mente aberta.






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